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"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis."
Brecht

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O governo na berlinda!!!

O governo de Minas fez um verdadeiro bombardeio neste final de semana. Sabendo que o recesso escolar acabou na última sexta feira, o governo não exitou em gastar rios de dinheiro com a mídia impressa e também na TV, veiculando um comunicado mentiroso que objetivava  atacar o sind-UTE  e  colocar a população contra os professores em greve. 

A greve da educação faz hoje 53 dias, e o governo tentou desde o dia 08 de junho, data de início do movimento, negar que a greve acontecia. Durante todo esse tempo a estratégia era negar o movimento ou minimiza-lo. Ao que tudo indica não deu certo. Caso contrário, o governo não teria feito tal bombardeio na mídia atacando uma greve "inexistente" ou uma greve "fraca".  Confesso que foi irritante assistir  na TV o comunicado desaforado e mentiroso do governo de Minas. Mas,  por outro lado, foi também prazeroso perceber que o governo já mostra sinais claros do seu desgaste com o movimento. E mais, mostra o seu desespero frente uma categoria que mobilizada se recusa a abaixar a cabeça para mais um "assalto" desse governo contra a educação. 

Todos sabemos que o governo de Minas não paga o Piso Salarial Nacional, nem na sua integralidade como manda a lei, e sequer na sua proporcionalidade, como ele insiste e dizer que deva ser. O governo faz o seu papel sujo,  tentando omitir a verdade à população. Fala, fala, fala, mas não pode provar nenhuma das suas afirmações. Não prova porque não são verdadeiras. Diferentemente, nós, educadores estaduais em greve, quando falamos que o governo não paga  Piso Salarial Nacional podemos provar através dos nossos  contracheques. 

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Minas paga a um professor com nível médio de escolaridade R$369,00 e a um professor com nível superior R$550,00. Esses são os pisos salariais dos educadores mineiros, e isso nós podemos provar. Desafio a secretária de educação Ana Lúcia Gazzola e a secretária  de Planejamento Renata Vilhena a provarem que meu piso é maior que esses valores. Podemos não ter dinheiro para pagar propagandas e comunicados mentirosos na TV, como o governo fez neste final de semana, mas disponibilizamos nossos contracheques que provam as mentiras do senhor Anastasia.  

Hoje, à meia noite, os contracheques dos servidores da educação foram disponibilizados no portal do servidor. Esperei ansiosamente para consulta-lo, e como já esperava,  pude comprovar que os salários foram cortados. Isso mesmo, metade do meu salário foi cortando em função da greve. Se estou preocupado? Sim, afinal com esse salário de fome não é possível sequer poupar para uma emergência. Mas, se esse for o preço a ser pago para que eu resgate minha dignidade como educador, eu estou disposto a pagar. Não é possível  pautar uma carreira de 30 anos,  em um mês de salário.Este é um momento crucial na vida de todo educador estadual em Minas Gerais. Ou conquistamos o piso agora, ou lamentaremos essa derrota pelos próximos anos.

Quero convidar a todos os colegas a reforçarem essa atitude. Começamos juntos uma greve no dia 08 de junho, uma greve com  um objetivo claro. Só faz sentido sair da greve quando esse objetivo for alcançado. Voltar para escola  não traz o salário de volta. A única  possibilidade de reaver  o nosso pagamento, é manter a mobilização forte para negociarmos a devolução dos  salários. Sem mobilização voltaremos enfraquecidos, sem piso e sem salário. Me recuso a me dobrar a essa chantagem baixa e injusta do governo de Minas. Me recuso a jogar fora 53 dias de greve, virando as costas e voltando para a escola simplesmente. Iniciamos a luta, agora é lutar até o fim. Lembrando sempre que  sem salário, não haverá reposição. 

Pela nossa dignidade. Não vamos deixar que o governo faça com a nossa categoria o que ele bem entender. Não adianta convocar para a escola. Quem define se a greve continua, ou não, somos nós, os trabalhadores em educação. E se o governo de Minas pretende por fim a greve, que o faça, mas não ameançando e cortando salários. Que o faça com moralidade e na legalidade,  cumprindo a lei e pagando o Piso Salarial Nacional da Educação. É lei, é direito e nós merecemos. 

Por: Adriano de Paula

Um comentário:

  1. Parabéns Adriano!!

    Acordei com a ideia de escrever no blog sobre as propaganda mentirosas do governo e você falou e disse tudo!!!

    Isto mesmo,este bombardeio de propagandas na TV e nos jornais, é o atestado de desespero do governo.

    O gerno fez o que não tivemos condiçoes de fazer por falta de recurso: Colocou nossa greve na mídia!!!

    E com esta atitude, fortaleceu ainda mais a nossa greve!Deu um tiro no pé!!!

    Não podemos e não vamos recuar agora.
    Não vamos nos deixar intimidar com cortes de salários ou qualquer outra ameaça. Temos uma Lei a nosso favor e provas contra o governo!

    Portanto, nossa vitória é só uma questão de tempo!

    Cristina

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