Hoje, quando a greve da educação mineira completou 64 dias, os educadores percorreram o movimentado centro comercial de Venda Nova, em Belo Horizonte, em um desfile pouco convencional. Dezenas de educadores desfilaram ao lado de carroças e carrinhos de mão cheios de livros, cadernos e cartazes denunciando o descaso do governador Antônio Anastasia com a educação em Minas Gerais. O desfile chamou a atenção da imprensa e de quem passava pela rua. A intenção era mostrar para a população que em Minas a educação anda a cavalo, a carroça.
Em greve desde o dia 8 de junho, os educadores mineiros têm sido vítimas da intransigência e do espírito belicoso do governo mineiro. Perseguição a grevistas, agressões físicas, corte dos salários, são algumas das atitudes baixas desse governo que não consegue dialogar. Além disso, ao veicular na TV comunicados mentirosos e agressivos (com dinheiro público), o governo de Minas tenta uma estratégia de desacreditar o professorado mineiro diante da sociedade, e até incitar a população contra esses profissionais através da idéia de que os professores estariam comprometendo o acesso dos alunos do 3º do ensino médio à universidade.
A última cartada da senhora secretária de educação Ana Lúcia Gazzola, foi o anúncio da contratação de mais de 3 mil "professores tampões" para substituir os profissionais em greve nas turmas de 3º ano. Chama atenção o fato do governo está contratando inclusive pessoas sem qualquer formação pedagógica e sem qualificação profissional para atuar no ensino médio. É Minas Gerais na contramão do desenvolvimento. Alguém ainda duvida que a educação mineira anda a carroça?
Pior salário do Brasil para a educação (369,00 para um professor com nível médio de escolaridade), não cumprimento de lei federal (11.738/08 – Lei do piso nacional da educação), milhares de profissionais atuando com contratos precários e um déficit de mais de 800 mil vagas no ensino médio. Esses são alguns dos muitos problemas da educação mineira.
Sem falar em greves que acontecem todos os anos, cada vez mais extensas. Em 2010 foram 48 dias de greve. Esse ano já passam dos 64 dias parados, sem que o governo se disponha, pelo menos, negociar com os profissionais.
Fica claro, que o desafio do governador Anastasia na educação é realmente muito grande. Não adianta mais reformar a carroça governador, é necessário fazer a educação decolar.
Por: Adriano de Paula
Veja o vídeo da "carroçada" da educação:
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