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"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis."
Brecht

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Governo de Minas volta atrás e negocia com grevistas após pressão

O discurso do governo de Minas Gerais quanto a greve da educação era simples: "não negociamos com grevistas". É no mínimo questionável tal posicionamento quando se trata de um governo que se diz republicano. Que governo republicano é este que se fecha ao diálogo com os trabalhadores? Da forma que o governo se posiciona, a impressão que se tem, é a de que os trabalhadores em greve são criminosos, que por estarem em greve deixam de ser dignos da atenção do poder público. Será? Ora,  o direito de greve não é uma garantia constitucional? A greve não é uma forma legítima de exercer cidadania consagrada inclusive pela Constituição de 1988?  Quando o governo fala que não negocia com trabalhador em greve, ele marginaliza e discrimina esses trabalhadores pelo simples fato de estarem exercendo um direito, exercendo sua cidadania. Nesse caso, não parece que o trabalhador seja o fora da lei, e sim o estado que o rotula e discrimina. Além disso, não são os trabalhadores em educação que estão deixando de cumprir a lei. É o governador do estado, Antônio Anastasia, que se nega a cumprir uma lei federal (lei 11.738/08), sancionada pelo governo federal, questionada no STF e já julgada e declarada plenamente constitucional pela Suprema Corte desse país. Se alguém está apto então a não querer dialogar por questão de princípios, não parece ser o governo do estado, mas os trabalhadores, e esses têm buscado diálogo constante para resolver o impasse com o governo mineiro.  
Educadores lotam ALMG
O discurso de que não negocia com trabalhadores em greve, nós sabemos, é apenas conversa. O governo de Minas sabe que precisa negociar, senão a greve não acaba. Tanto é que ontem, dia 14 de julho, as secretárias de educação e de planejamento sucumbiram a pressão dos educadores que em greve a mais de 35 dias, se organizaram e ocuparam o plenário da ALMG, numa clara estratégia de pressão sobre os deputados da base do governo. E que pressão!
Teve deputado perdendo as estribeiras, caso do deputado Jairo Lessa que teve o disparate de se referir aos educadores com palavras do mais baixo calão, e por isso foi apelidado de "deputado boca suja". Além dele, o deputado Zé Maia (o mesmo que havia insinuado que os professores tinham ingerido substâncias ilícitas) ficou um tanto incomodado com a pressão dos educadores que, vamos dizer, devolveram na mesma moeda. O constrangimento foi tamanho que o deputado não conseguiu falar em plenário. Nesse processo, fundamental a atuação dos 23 deputados do bloco de oposição "MG Sem Censura" que manteve a estratégia de obstrução da pauta, impedindo a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, de interesse do governo. Foram dois dias de plenário lotado com professores, houveram momentos de tensão, mas ao final tudo se resolveu. Embora da base do governo, é preciso  reconhecer o valor dos pronunciamentos dos deputados, Sargento Rodrigues e Lisa Prado, que também  manifestaram apoio aos trabalhadores em educação da rede estadual.
No intervalo das sessões
O objetivo foi alcançado, a base do governo se articulou, e com a pressão dos educadores, bem como, dos deputados da oposição , o governo recuou e se reuniu com a comissão de negociação do Sind-UTE. A máscara caiu! Há sim um processo de negociação entre o governo do estado e os trabalhadores em greve. Os resultados da reunião serão apresentados e avaliados na próxima assembleia. 
É preciso ter consciência que nessa conjuntura os educadores não jogam sozinhos. Há uma correlação de forças. O governo também tem suas estratégias e tenta medir forças com a categoria. É necessário que os educadores mantenham-se mobilizados, as escolas paradas e as estratégias de pressão continuem fortes. A mesa de negociações que se abriu, foi uma importante  conquista dos trabalhadores, que se continuarem mobilizados podem estar próximos de alcançarem o objetivo: O Piso Salarial Nacional. 
É importante lembrar,  que a criação de um Piso Salarial Nacional para a educação  foi uma tentativa de valorizar os profissionais do magistério em todo  Brasil e atrair mais jovens para as carreiras do magistério, já que hoje faltam professores de praticamente todas as disciplinas. É também uma forma de investir no sistema público de ensino, sacrificado todos os anos pela escassez de profissionais e pelas excessivas greves, já que os salários normalmente são muito modestos. No caso de Minas, o valor de R$369,00 constitui o pior salário da país para educação. Se o governo de Minas finalmente cumprir a lei e implantar o piso nacional, pode ser um primeiro sinal de dias melhores para o sistema público de ensino. Pode ser a solução para a maior parte dos problemas de alunos e professores. Portanto, não é apenas uma questão de salários, é uma questão de responsabilidade com a educação e com o futuro dos nossos jovens.

Por: Adriano de Paula

2 comentários:

  1. Não gostei da foto faltou eu???? afff

    Igor

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  2. Uma nova estratégia do governo para desmobilizar e dividir mais a categoria é a criação de um blog medíocre que critica a atuação da Bia e inverte as informaçõoes. Precisamos esclarecer que ninguém assina o blog, logo, não passa de um "à toa" que quer atrapalhar todo mundo.

    Eurides

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